quarta-feira, 24 de novembro de 2010

HOMOFOBIA INSTITUCIONALIZADA?

O texto abaixo mostra a opinião da universidade Mackenzie acerca do projeto de lei nº 122, que criminaliza a homofobia no Brasil. 
Durante o texto o reverendo Augustus Nicodemus Gomes Lopes afirma que tal projeto vai contra a liberdade de expressão, pois segundo ele, ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não significa incorrer em homofobia. Todavia ao se posicionar dessa forma, o reverendo negligencia o fato de que pregar que tais práticas são fruto de uma deturpação da natureza humana é promover de forma deliberada o preconceito, e como conseqüência a homofobia.
Sendo assim, nós como futuros professores poderemos, dentro dessa lógica, "ensinar" em nossas aulas, sem correr o risco de desrespeitarmos as liberdades religiosas, que o culto religioso é também uma espécie de deturpação da natureza humana, uma vez que tais práticas promovem a alienação e conformação dos indivíduos, pois legitimam a desigualdade social.
Diante disso, nos colocamos de forma totalmente contrária ao conteúdo do texto abaixo, pois defendemos um tipo de ensino que esteja vinculado à ciência, e não a concepções religiosas, sejam elas deístas ou ateístas.


 "Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia
Leitura: Salmo

O Salmo 1, juntamente com outras passagens da Bíblia, mostra que a ética da tradição judaico-cristã distingue entre comportamentos aceitáveis e não aceitáveis para o cristão. A nossa cultura está mais e mais permeada pelo relativismo moral e cada vez mais distante de referenciais que mostram o certo e o errado. Todavia, os cristãos se guiam pelos referenciais morais da Bíblia e não pelas mudanças de valores que ocorrem em todas as culturas.

Uma das questões que tem chamado a atenção do povo brasileiro é o projeto de lei em tramitação na Câmara que pretende tornar crime manifestações contrárias à homossexualidade. A Igreja Presbiteriana do Brasil, a Associada Vitalícia do Mackenzie, pronunciou-se recentemente sobre esse assunto. O pronunciamento afirma por um lado o respeito devido a todas as pessoas, independentemente de suas escolhas sexuais; por outro, afirma o direito da livre expressão, garantido pela Constituição, direito esse que será tolhido caso a chamada lei da homofobia seja aprovada.

A Universidade Presbiteriana Mackenzie, sendo de natureza confessional, cristã e reformada, guia-se em sua ética pelos valores presbiterianos. O manifesto presbiteriano sobre a homofobia, reproduzido abaixo, serve de orientação à comunidade acadêmica, quanto ao que pensa a Associada Vitalícia sobre esse assunto:

"Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualismo é homofóbica, e que caracteriza como crime todas essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualismo como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.

Visto que: (1) a promulgação da nossa Carta Magna em 1988 já previa direitos e garantias individuais para todos os cidadãos brasileiros; (2) as medidas legais que surgiram visando beneficiar homossexuais, como o reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS foram tomadas buscando resolver casos concretos sem, contudo, observar o interesse público, o bem comum e a legislação pátria vigente; (3) a liberdade religiosa assegura a todo cidadão brasileiro a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, sendo a este vedada a interferência nas formas de culto, na subvenção de quaisquer cultos e ainda na própria opção pela inexistência de fé e culto; (4) a liberdade de expressão, como direito individual e coletivo, corrobora com a mãe das liberdades, a liberdade de consciência, mantendo o Estado eqüidistante das manifestações cúlticas em todas as culturas e expressões religiosas do nosso País; (5) as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação; e que Jesus Cristo ratificou esse entendimento ao dizer, "desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher" (Marcos 10.6); e que os apóstolos de Cristo entendiam que a prática homossexual era pecaminosa e contrária aos planos originais de Deus (Romanos 1.24-27; 1Coríntios 6:9-11).

A Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais.
Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil reafirma seu direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo".
Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes

Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie"

Retirado do site: http://www.hospitaldalma.com

Para conhecer a PL122 clique AQUI

sábado, 20 de novembro de 2010

A Flor e A Náusea
 
Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cizenta.
Melancolias, mercadorias, espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?
 
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a  pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que triste são as coisas, consideradas em ênfase.

Vomitar este tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam pra casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens macias avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

Carlos Drumond de Andrade.
Por que Rosa Parks?

Rosa Parks foi uma mulher negra, que se destacou na luta contra o racismo nos EUA quando, em pleno regime de segregação racial, se recusou a levantar de um banco de ônibus, que por lei era destinado aos brancos. Devido a isso, Parks tornou-se um símbolo da luta por direitos civis dos negros no século XX.
Sendo assim, optamos pelo nome Rosa Parks tendo em vista a possibilidade que este nos abre para refletirmos sobre questões ainda vigentes tais como: desigualdade social e racial, (que se reflete de maneira clara em nossa universidade, uma vez que temos poucos alunos negros ou pobres) situação da mulher (que apesar de já ocupar muitos espaços em nossa sociedade e universidade, ainda sofre com inúmeras situações absurdas, tais como o “rodeio das gordas”, por exemplo) enfim, de maneira mais geral, sobre a relação da universidade com a diversidade em si, seja ela social, racial, de opção sexual, de gênero e etc.

Nossa compreensão de Entidade Estudantil.

Entendemos que um Centro Acadêmico tem como função essencial a organização e articulação das posições e necessidades dos estudantes. Para isso, é necessário que haja uma participação massiva destes, pois do contrário, sua existência perde o sentido.
Sendo assim, acreditamos que o C.A.H deve se constituir como um instrumento de ação efetiva, que garanta aos estudantes a possibilidade de intervir, ainda que de forma restrita, na realidade em que vivem.

Nossas Propostas:

- Lutar por uma universidade pública, gratuita e de qualidade para todos.  

- Fortalecer a Representação Discente.

- Realizar eventos que contribuam para nossa formação: Bem Vindo á História, Semana Alternativa e CineCah.

- Consolidar o Jornal do CAH através de edições mensais.

 - Lutar pela redução do preço do R.U.

- Trabalhar pela Reestruturação do D.A

- Fomentar a extensão universitária através da articulação com grupos e entidades estudantis.

- Articular os espaços estudantis de nível estadual (CEUF/CEEUF) e nacional (ANEL/UNE).

- Construir uma “semana do bixo” que apresente um panorama sobre a atual situação da universidade pública, de modo a promover a reflexão e conscientização dos ingressantes.

 - Impedir o avanço do trabalho terceirizado na universidade.

- Lutar pela imediata construção da moradia e do bloco das extensões.

Visando esclarecer ponto a ponto os itens elencados acima, elaboramos uma carta proposta. Para baixá-la basta clicar AQUI